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Veneravel Matthew Talbot

  • de Jeannie Ewing (Tradução: Rodrigo Campos)
  • 1 de jul. de 2016
  • 6 min de leitura

História de Conversão:

Veneravel Matthew Talbot

O Venerável Matt Talbot foi um típico homem Irlandês que viveu e trabalhou em Dublin nos meados do século 19; Digo típico no sentido de que nasceu numa grande família Católica, extremamente pobre e oprimida pela doença do alcoolismo. Porém a maneira santa com que morreu foi dramaticamente divergente do pecado, e do modo de vida egoísta que mantinha da adolescência até sua conversão. “Matt Talbot não era alguém que fazia as coisas pela metade. O mesmo fervor que dedicou a bebida em sua juventude, dedicou a Deus pelo resto de sua vida”(McGrane, 2006). Ele viveu em uma época e ambiente em que o alcoolismo foi generalizado; Dublin sozinha em 1865 tinha mais de dois mil bares, e registros mostram que muitas pessoas morreram por envenenamento de álcool em 1865-1866 (McGrane, 2006).

O pai de Matt era alcoólatra, e Matt começou por si mesmo a beber muito com 12 anos de idade; ele tinha a bebida disponível em seu trabalho num “estabelecimento de vinho e cerveja em Dublin” (McGrane, 2006). Seu pai tentou convence-lo a parar dando-lhe surras quando chegava bêbado em casa depois do trabalho, mas nada nem ninguém conseguia impedir a queda espiral de Matt na escuridão do alcoolismo.

Na linguagem de hoje, ele era verdadeiramente um adicto no álcool. Seu salario seria essencial para o sustento da sua família. Ao todo eram doze vivendo em sua casa, e seu pai e sua mãe trabalhavam duro apesar da pobreza. Assim que recebia seu pagamento, ele deixava tudo no seu bar favorito, todo seu dinheiro suado, com a condição de ter certeza de que beberia todo o seu pagamento até que ele acabasse. Ele frequentemente ficava tão deseperado por álcool que implorava aos amigos um dinheiro extra para beber, e sempre chegava em casa, por mais de uma vez sem camisa ou botas, que tinha vendido para poder usar o dinheiro para bebida. (McGrane, 2006).

Com 28 anos de idade, Matt no fundo do poço prometeu a sua mãe que nunca mais beberia de novo. Ele levou a sério esta promessa. Por incrível que pareça ele conseguiu isso sem a ajuda de nenhum método de reabilitação, que não existia naquele tempo para ajuda-lo. Foi um verdadeiro milagre da graça de Deus que Matt tenha conseguido mudar a sua vida a partir do momento em que sua mãe lhe disse, “Vai, então, em nome de Deus, mas não prometa se não está disposto a cumprir esse proposito.” Como Matt respondeu que tinha o proposito de manter sua promessa “em nome de Deus”, sua mãe lhe disse, “Deus lhe dará a força para conseguir”(McGrane, 2006).

Logo depois, Matt escolheu aprofundar sua relação com Deus, que havia diminuído com sua dependência ao álcool que consumia todo seu ser. ”Como alcoólatra, o deus de Matt era a garrafa, e seu altar era um bar”(McGrane, 2006). No entanto, como é o caso de muitos santos heroicos em que o vigor pelo mal se transforma num desejo por Deus, O zelo de Matt pela bebida rapidamente se transformou numa sede de Deus. Ele entendeu que somente Deus poderia saciar a sua sede eterna, e o retorno aos sacramentos era a graça suficiente para manter afastadas as recaídas e a ajuda para se manter sóbrio por muito tempo.

Uma característica marcante da conversão de Matt é que sua vida não mudou nada exteriormente; ele continuou um trabalhador incansável em seu oficio manual, e continuou sua rotina diária sem avisar aos outros sua mudança; no entanto sua vida interior aprofundou-se rapidamente, e ele manteve sua conversão dramática em segredo e em profunda humildade.

Eventualmente, contudo, todos perceberam a metamorfose espiritual de Matt, embora seu testemunho de mudança de vida fosse silencioso. O dia depois da promessa de Matt de não mais beber, ele iniciou um compromisso de assistir a missa diariamente, e de chegar pelo menos meia hora antes para oração silenciosa e devocionais. Ao invés de gastar todo seu dinheiro em álcool, Matt doava muito do seu pagamento para obras de caridade. Ele se inscreveu em diversas confrarias católicas em sua paróquia de infância, e ele foi fiel a devoções clássicas como a “Via-sacra” e o “Santo Rosário”. Mais notável ainda foi que “Matt comia muito pouca comida e escolheu para dormir uma tabua em vez de um colchão”(McGrane, 2006) como atos de penitência.

Matt Talbot morreu com 65 anos enquanto caminhava para a missa diária na Igreja de São Salvador; ele estava doente com problemas cardíacos e renais (possivelmente por conta dos anos de abuso do álcool) mas mesmo enfermo batalhava para passar um tempo com o Senhor, enquanto sofria e lutava no rescaldo físico de sua doença. Como ele estava carregando somente um rosário e um livro de orações, ninguém pode identificar Matt quando ele desmaiou na estrada de fora que levava a paróquia. Provavelmente o mais chocante de tudo é que os legistas quando começaram a preparar seu corpo para o funeral, descobriram que o corpo de Matt estava coberto de correntes sob a sua roupa. Matt escolheu abandonar os prazeres sensuais e momentâneos de sua vida passada, e se tornou um homem de humildade e austeridade no fim de sua vida.

Existem duas razões pelas quais a história de Matt Talbot toca-me profundamente: primeiramente, porque pertenço a uma família tomada pelo vício do alcoolismo. Fui testemunha de membros de minha família e amigos próximos que se tornaram escravos desta doença, e alguns deles tragicamente chegaram a morrer por conta das consequências do álcool e abuso de drogas.

Em Segundo lugar, porque eu acho a ascese e humildade da vida de Matt algo muito relevante e inspirador. A conversão de Matt foi sincera, porque estava envolto em humildade, e humildade é uma virtude tão contrária a nossa concupiscência natural. De fato, a humildade é o antidoto contra o vicio do orgulho, que muitos teólogos concordam ser a raiz de todos os pecados. Nós vivemos no meio de uma era de revolução tecnológica e é muito comum em todos os lares termos uma infinidade de dispositivos eletrônicos. No entanto a ascese chama o espirito da humanidade, para matar a sede de cada alma na fonte eterna: Deus e no descanso eterno com Ele no céu. Eu não posso imaginar que qualquer um de nós possa alcançar a santidade sem obter a virtude da humildade, o que exige um morrer para si mesmo; ainda assim é cada vez mais desafiador para nós alcança-la, pois estamos imersos no mundo dos negócios; cercados de muito barulho; e geralmente exaustos e ranzinzas pelo vazio e inquietação que permeia nossas vidas. Matt Talbot reconheceu sua própria inquietação e respondeu vigorosamente e com fervor ao chamado de Deus para a cura e santidade; E este é um chamado universal a toda a humanidade.

Matt Talbot pode ter ganho uma reputação precoce de bêbado, ralé e de homem egoísta, mas ele morreu como um homem santo cuja causa de canonização começou em 1931. Ele abandonou toda a sua velha vida envolta em pecados e tornou-se um fanático por santidade: vivendo para Deus e na graça abundante Dele que o faria alcançar a eternidade abraçando uma vida de extrema simplicidade e penitencia, oração e negação de si mesmo. Quem sabe quantos sofrimentos Matt silenciosamente ofereceu como um sacrifício a Deus, em reparação pelos pecadores e pelo bem de todas as almas? É precisamente o que torna sua história tão bonita: ele é um de nós, e a jornada da sua vida serve como um farol de esperança de que qualquer um ainda que num estado de escuridão e pecado tem o potencial de se tornar um grande santo quando coopera diariamente num ato de total dependência do amor e misericórdia de Deus.

Matt Talbot conheceu a misericórdia de Deus muito bem, porque estava consciente da grandeza do amor de Deus por ele e por todas as almas. Ele é um excelente protetor para aqueles que todos nós sabemos que sofrem da doença do alcoolismo e drogadição, tenho esperança que todos podemos ganhar em conhecer e compartilhar sua historia para aqueles que perderam toda a esperança de cura.

REFERENCIAS

McGrane, Janice. (2006). Saints to Lean on: Spiritual Companions for illness and disability, 81-93. Cincinnati, OH: St. Anthony Messenger Press


 
 
 
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